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artistas integrantes: Anna Moraes, Barbara Paul, Bruna Ribeiro, Daniela Vicentini, Elenize Dezgeniski, Fabíola Scaranto, Francela Carrera, Kamilla Nunes, Khetllen Costa, Letícia Honorio, Lorena Galery, Luanda Olívia, Luiza Reginatto, Odete Calderan, Priscila Costa Oliveira, Violeta Sutili, William Silva, Yasmim Prestes.

curadoria: Silvana Macêdo e Thays Tonin

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Deambulações Internas

Que tipos de movimentos nos são possíveis e necessários num Brasil asfixiado? Cerceados de movimentar livremente pelo mundo, corpos deambulam internamente em espaços confinados. Internados em espaços domésticos ou em hospitais, corpos criam, outros se vão.

A exposição Deambulações Internas reúne uma produção feita em distanciamento social. No cenário devastador em que estamos [r]existindo, artistas expõem aqui partes de seus diários. Criaram imagens e textos poéticos no passar dos dias, no pesar das horas. Deslocamentos dentro de si se desdobraram em trabalhos que nos fazem pensar a respeito de múltiplas questões vivenciadas por cada artista mas que refletem sobre condições sociais, políticas e históricas. Aqui as individualidades são atravessadas pela dor e tragédia coletiva, mas também encontram alegria de viver nas pequenas belezas do cotidiano. Refletem também sobre peso do patriarcado em suas vidas e na história da arte canônica, e encontram nos feminismos e na arte formas de mudar as coisas [im]postas.

Os trabalhos têm um caráter diarístico, mas apesar de serem escritas de si, são endereçadas a outros olhares. Podem ser vistas como ex-crituras, um conceito de Jean-Luc Nancy, onde se trama a ligação de existir-escrever-expor e ao mesmo tempo de gritar. Jean-Luc Nancy propõe o termo ex-crever, para apontar o gesto de externalizar algo que nasce internamente e que se inscreve na vida, que expressa a existência.

Excrever em tempos de isolamento e virtualidades é uma forma de expressar vida que resiste, é expor-se ao fora “onde cada existência existe” (NANCY, 2013). Artistas aqui gritam silenciosamente em seus diários. Plantam jardins fictícios, criam ninhos, dialogam com outras vozes. Seus corpos se tornam meio de experimentação. São falas de corpos que insistem em ser, em declarar sua existência singular plural. Suas excritas denunciam poderes que tentam apagar existências em disputas discursivas sobre o número de contaminados/mortos/recuperados, nas transações perversas de vida por dinheiro.   

“Escrever e ler é expor-se, expor-se a esse não-ter (a esse não-saber) e, portanto, à “inscrição””, disse Nancy em 2013, sem poder imaginar o quanto a escrita de si, em tempos pandêmicos, seria um grito ainda mais potente de exteriorização da vida isolada, domesticada (mais uma vez) pelo vírus. As obras que aqui se apresentam, colocam em debate como o cerceamento do movimento exterior se inscreve nos corpos, e como a interdição de sociabilidades que nos eram intrínsecas nos afeta diariamente.

Esta exposição excreve, portanto, sobre as deambulações internas de quem teve nos cômodos de casa ou no diálogo com os livros, a sua atual forma de existência. São memórias que se inscrevem em álbuns daquilo que nos é familiar, são também, imagens de corpos cerceados de processos coletivos que cada ser, singularmente plural, vive na contemporaneidade.

Nancy, Jean-Luc. (2013). L’excrit. Alea: Estudos Neolatinos, 15(2), 312-320. [tradução das autoras].

texto curatorial Silvana Macêdo e Thays Tonin

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Odete Calderan – Diário da Pandemia

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Luiza Reginatto – Deixar a casa

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Daniela Vicentini – Leão marinho

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Khetllen Costa – Ascendentes – Desfazendo as tramas da história

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Priscila Costa Oliveira – Desnarrativa Familiar

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Francela Carrera – Uma Linha de Herança

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Lorena Galery – Cronograma

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Yasmim Garcia – Pandemicidio

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Letícia Honório – Poétzine

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Bárbara Paul – Casamento e Fotografia 3×4

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Luanda Olívia – Costura Líquida

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Anna Moraes – Sistema de notas visuais no ensino de artes: sobre mulheres artistas

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Fabíola Scaranto – Diário Pandêmico

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Kamilla Nunes – Quando tudo isso acabar

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Elenize Dezgeniski – Caminha junto comigo

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Bruna Ribeiro – Depósito

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William Silva – S/ título

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Violeta Sutili – Ficha Técnica da coxa dela

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Paula Batista – Gigantes na Luta

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Deambulações Internas

Realização: Nacasa Coletivo Artístico, PPGAV/UDESC – Grupo de Pesquisa Articulações Poéticas

Coordenação Geral: Silvana Macêdo

Equipe Curatorial: Silvana Macêdo e Thays Tonin

Produção: Silvana Macêdo, Lorena Galery e Anna Moraes

Montagem: Anna Moraes

Identidade Visual: Lorena Galery

Equipe de comunicação: Bárbara Paul

Imagem Cartaz: Luanda Olívia